PANTERA NEGRA: Um Herói Racial

Gabriel Bispo
3 de jan. de 2019
2 min de leitura

Pantera Negra é sem dúvida alguma um dos melhores filmes que eu já assisti até hoje, o longa é impecável em tudo aquilo que se propõe a fazer, nas cenas de ação, na hora de apresentar seus personagens, nas reviravoltas da história, em efeitos especiais e figurinos, trilha-sonora, na fotografia, enredo e ritmo do filme; Em literalmente tudo.

Chega a dar orgulho desse filme, em toda essa parte técnica mas em especial como o filme sobre tratar as raízes do personagem e do povo negro espectador, ligados a África, e as origens ancestrais de cada um.

Esse filme é um ícone não só por questões raciais, mas também pela representatividade e importância que as mulheres recebem as três personagens, mesmo que coadjuvantes tem papéis vitais para o desenrolar de toda a história e esporadicamente cada uma tendo seu protagonismo , fracionado entre si, as atrizes Lupita Nyong'o , Danai Gurira e ( na minha opinião) a que teve melhor atuação entre as três Letitia Wright, e fugindo do habitual todas as personagens femininas tem um empoderamento gigantesco e não ficam presas no estereótipo de que se a mulher é inteligente ela é frágil, ou, se a mulher é forte fisicamente ela é desprovida de inteligência.

Em Pantera Negra, as mulheres são fortes fisicamente extremamente inteligentes e sábias, sem contar, que são negras, um conchave que na sociedade atual é um agravante para o racismo, machismo e o feminicídio, gráficos apontam um certa diferença entre as mortes por cor, um problema que infelizmente é recorrente no presente, e é de extrema importância que filmes, meios de comunicação abordem esse assunto, mas igualizando a classe feminina como esse longa faz, e como é um filme de super-herói ainda mais importante, já que o público infantil freqüenta massivamente esse tipo de gênero cinematográfico, e o respeito e o poder feminino vão se infiltrando aos poucos na cultura machista e futuramente esperamos dissipar essa tradição errônea, já que as crianças são o futuro da nação.

Retornando ao filme, num aspecto mais técnico, Chadwick Boseman, te faz torcer pelo sucesso de seu personagem e criar afeição por ele, de modo que a cada cena ocorrente do filme você torce por ele, sofre junto e vibra nas vitórias do príncipe T’Challa, e não é uma particularidade apenas do nosso herói pois, o espectador dá risada, se irrita com a psicopatia e vilania do personagem de Andy Serkis, e com uma menção honrosa aos sentimentos que o personagem do Michael B. Jordan, provoca um; Um misto de dó e ao mesmo tempo raiva que vai se encorpando ao longo da transação da história, os conflito gerados por ele.

A Marvel talvez acertou inconscientemente em pontos que não eram o foco principal dela, mas a questão é que literalmente Pantera Negra é perfeito, não é recheado de cenas de ação mas, as poucas que tem são bem resolvidas e eletrizantes, a ponto que eu fiquei ofegante por algumas delas, não é atoa que o Rotten Tomatoes classificou esse filme como o melhor de 2018, e esse filme está muito alem que só mais um blockbuster e sim uma resistência da luta do negro e da mulher negra na cultura atual midiática e nas lutas diárias de cada um que se sentiu representado nesse filme, assim como eu.